A depressão é mais do que “somente estar triste”
Uma das patologias com maior incidência na população em geral é a depressão. Na verdade, esta é uma condição que acaba por ser próxima da realidade de muitas pessoas. No entanto, assistimos com alguma frequência, a uma desvalorização desta condição. Antes de mais, importa compreender que uma depressão, não é simplesmente estar triste. A tristeza é uma emoção que integra o nosso leque emocional. Neste sentido, alguém sentir tristeza em situações causadoras de sofrimento apenas demonstra adequabilidade ao momento e por consequente uma postura adaptativa à realidade.
Porém, convém reforçar que a depressão é mais do que “somente estar triste”. Com frequência assistimos a uma desvalorização deste estado psicológico, chegando mesmo a ser associado como uma fraqueza, ou uma escolha. “Só está triste porque quer.”. Apesar de a tristeza ser algo intimamente ligado a um quadro de depressão, existem outros aspetos presentes e comprometidos. Para melhor identificar a depressão convém aferir qual o estado das motivações da pessoa em questão. Sabemos que o afastamento de atividades que outrora eram geradoras de prazer constitui um fator de risco para a promoção do isolamento e por consequente para um agravar da situação de depressão.
A sobre medicação existente com recurso a antidepressivos, para situações em que a depressão nem se encontra presente, juntamente o facto de todo e qualquer ser humano sentir tristeza em diferentes momentos do seu ciclo de vida, pode induzir a desvalorização acima descrita. Não obstante, apesar de sabermos que existem algumas causas mais comuns para tristeza sentida numa situação de depressão, e que podem ser semelhantes a causas geradoras de uma tristeza absolutamente normativa, o sentimento de infelicidade sentido pode até não ter motivo nem causa aparente.
Um quadro de depressão torna-se assim pois, num quadro altamente complexo, envolvendo pensamentos, emoções e comportamentos. Importa sublinhar que pessoas nesta situação deverão recorrer a uma ajuda profissional e especializada, pois estão perante uma situação geradora de um sofrimento profundo e altamente incapacitante. Por tudo isto caro leitor, resta-me pedir-me a sua consciencialização para este problema e que de facto saiba que a melhor ajuda que pode dar nestas situações é indicar quem pode de facto ajudar, mesmo que por vezes essa possa não ser a primeira intenção da pessoa que padece de depressão.