Em diferentes momentos da nossa história assistimos a diferentes manifestações que visavam garantir a liberdade dos seus intervenientes. A liberdade é hoje encarada como um direito fundamental para o ser humano. Temos naturalmente a necessidade de ter a nossa independência, de poder fazer as nossas escolhas e garantirmos o nosso bem-estar. Talvez e até hoje não nos tenhamos dado conta do quão livre éramos, apesar de todas as dificuldades que pudéssemos enfrentar.

 

Sabemos então que para generalidade de nós, o isolamento e o confinamento representam um grande teste à nossa capacidade de superação e resistência mental. O isolamento e o confinamento associado a toda a incerteza que vivemos, sem uma data estável para o final de toda esta situação, e ao medo que enfrentamos diariamente pela doença, podem fazer emergir em nós diversas emoções de cariz negativo. É normal que com o passar do tempo, sintamos menos paciência, uma maior irritabilidade e por consequente um aumento da tensão nas relações familiares. Na realidade, seria quase utópico dizer que não irão existir conflitos ou discussões, nesta fase. No entanto, existem algumas estratégias que podem ser fundamentais para uma gestão mais eficaz do conflito vivenciado. Falemos então de três estratégias simples, mas que podem ajudar a minimizar os efeitos da tensão sentida e dos conflitos mantidos.

 

• Durante o período de quarentena procure flexibilizar um pouco as regras. Provavelmente todos se sentirão desgastados, por isso se for possível diminuir as causas de conflitos que podem ser secundários pode tornar-se uma boa medida para diminuir a tensão existente;
• Promova um momento em que todos os elementos da casa entrem em diálogo. Mais do que em outras alturas é importante que cada um possa expor o que sente, quais as dificuldades que tem sentido e o que o tem preocupado. Dessa forma, poderá haver uma maior compreensão mútua e a partilha de estratégias que poderão ajudar a ultrapassar a situação de uma forma mais “leve”;
• Em situações limite, em que sinta que está a perder o controlo, procure um local da casa onde possa estar sozinho. Durante esse período faça atividades que lhe permitam relaxar. Quando existe um desgaste grande de ambas as partes o conflito pode tomar proporções desajustadas e resoluções pouco produtivas. Procure retomar o diálogo numa fase posterior, depois de ter tido tempo para se restabelecer emocionalmente.

 

Tente sempre ter presente que esta é uma situação atípica. A grande a maioria de nós enfrenta desafios novos para os quais não teve tempo de ser preparar. Sabendo que não será possível evitar a totalidade dos conflitos, procure reduzi-los ao mínimo possível e tente resolvê-los da forma mais eficaz possível. Lembrando sempre que haverá vida depois desta tempestade.

 

Drº José Garrett - Psicólogo e Coach em sáude & bem-estar